segunda-feira, 27 de maio de 2013

Passagem por monte Dourado.

       Quantas lembranças desse lugar...
 Em 1975 meu pai migrou em busca do emprego dos sonhos estava sendo implantado na região amazônica o Projeto Jari, onde abriria várias vagas de trabalho bem remunerado diga-se de passagem  e desenvolvimento para a região Amazônica, assim todos acreditavam, afinal "ninguém poderia acabar com um projeto tão bem elaborado", com construções de casas estilo primeiro mundo , área de lazer para funcionários, Ginásio esportivo, piscina saneamento , saúde , educação para os filhos dos empregados de 1ª qualidade.
       O sr. Daniel Ludwig , como Administrador bem sucedido , dono de uma fortuna de aproximadamente 2 bilhões de dólares , onde metade ele investiu no projeto, ignorou o fato de fazer pesquisa de solo da região , os danos ambientais e densidade demográfica atrairia para o projeto,    além de fazer  planejamento de um projeto precisava de  controle ,  devido  a inadaptação do projeto ás  condições da floresta levaram o magnata a ter sucessivos prejuízos,   sem o apoio do governo Federal , em 1981 abandonou o projeto, deixando para trás uma cidade no meio da selva com uma população de aproximadamente 30 mil habitantes.



Paralelo a este empreendimento foi construída também uma planta de beneficiamento de caulim de alta qualidade, cujas jazidas foram encontradas a poucos quilômetros da fábrica, rio acima, na margem oposta, caulim este que serviria para branqueamento do papel, cuja fábrica seria construída numa segunda fase.
Como atividades agrícolas Ludwig desenvolveu o plantio de arroz nas áreas alagadas de várzea a jusante da fábrica, no rio Jari próximo à sua foz no Amazonas, complexo este totalmente mecanizado, aproveitando o sistema de marés que atingem o Amazonas e o rio Jari para encher e esvaziar as áreas plantadas.
Também desenvolveu uma pecuária de alta qualidade, com experimentos de inúmeros cruzamentos genéticos industriais, inclusive uma grande criação de búfalos, que geraram uma tecnologia totalmente desconhecida no mundo, e que hoje é modelo para várias áreas tropicais e até temperadas, tendo aumentado a sua capacidade reprodutiva de cerca de 60 a 70%, como era conhecida, para até 98%, através do conhecimento do estro das búfalas.

De hábitos simples e temperamento reservado, Ludwig desenvolveu suas atividades sem se preocupar com a imagem negativa que aos poucos o projeto foi adquirindo junto à opinião pública nacional e internacional.

27/08/1992 +
"Desapareceu o homem Ludwig, porém sua lembrança deverá ficar gravada na memória de todos nós, amazônidas que aqui vivemos."



2 comentários:

Renata Frances Moraes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Araan disse...

Feliz domingo, Renata
Beijos da amiga., Araan

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